A EAA-Emre Arolat Architecture divulgou o seu projeto para os Jardins Alcantara em Lisboa, Portugal. A obra de 23.000 metros quadrados contém apartamentos residenciais, escritórios e instalações públicas contidos em fachadas inspiradas na arquitetura vernacular.
O complexo contém 93 unidades residenciais que variam de apartamentos para famílias a pequenas unidades para estadias de curta duração. Os apartamentos na base se abrem para um jardim privativo com terraço na cobertura, que inclui piscina privativa e spa. No nível da rua, uma abertura modesta leva a um pátio público que contém restaurantes e lojas.
Ao lado do centro comercial histórico de Lisboa, o projeto está localizado em um ambiente industrial em frente aos empreendimentos à beira-mar. Um bairro movimentado ao longo do rio Tejo, Alcântara é o lar de um porto com vibrantes armazéns e edifícios industriais convertidos em restaurantes e casas noturnas, e um bairro residencial onde o patrimônio histórico é preservado.
A implantação do projeto é influenciada por seu duplo contexto de antigos blocos residenciais e novas edificações à beira-mar. Os volumes voltados para os blocos residenciais, remanescentes do estilo pombalino do século XVIII de Lisboa, são articulados para refletir a fragmentação do seu tamanho e oferecem uma interpretação do estilo de fachada local com elementos predominantemente opacos e fechados.
Enquanto isso, os elementos mais próximos dos empreendimentos à beira-mar tornam-se maiores em tamanho, com uma linguagem de fachada mais contemporânea em sincronia com as tipologias emergentes ao longo da costa. Como resultado desta dualidade, há alteração da fachada e dos materiais, desde paredes de estuque com pequenas aberturas e varandas interiores até fachadas envidraçadas do chão ao teto com terraços generosos que encorajam o uso exterior.
Independentemente da cidade ou do lugar, o processo de renovação urbana, à medida que se torna um meio de transformação e gentrificação, é altamente crítico, onde uma das tendências comuns do mundo moderno é alienar ou mesmo subestimar o ambiente existente, introduzindo uma nova estrutura. Em vez dessa noção, que não dá crédito a nenhum tipo de continuidade física, cultural ou outra, incorporamos uma abordagem que agrega o espírito do lugar, o interpreta e, nesse contexto, abre caminho para a continuidade sociocultural da cidade.
-Emre Arolat
A construção do projeto está programada para começar no início de 2020, com conclusão em meados de 2022.